sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Villa, sob múltiplos estilos

A banda do percussionista Cyro Baptista tinha uma instrumentação convencional até certo ponto: bateria, guitarra, contrabaixo e violão. Mas o bandoneom e, claro, a ampla percussão proporcionavam o incremento das possibilidades sonoras do grupo, que foram bem exploradas no concerto da Igreja da Sé na noite passada.

Mesclando peças do espetáculo Vira Loucos, do folclore brasileiro e do próprio Cyro Baptista, o repertório alternava leituras mais experimentais - em que eram explorados timbres ainda exóticos à maioria do público, como o da harpa de boca e o de um metalofone balinês, tocado a oito mãos - com arranjos que soavam mais familiares, nem por isso menos engenhosos.

Um exemplo foi o da Cantiga da Bachianas n° 4, que começou mais fiel à versão orquestral da peça, reproduzindo entre bandoneon e contrabaixo o belo contraponto do original, para depois se transformar em um forró, ao estilo de Geraldo Azevedo e Elba Ramalho, e finalizar com uma levada mais hard rock, tendo sido uma das músicas mais aplaudidas.

Falando com um perceptível resquício de sotaque norte-americano, Cyro afirmou que, apesar de ter sido seu primeiro show no Estado, a música pernambucana era muito importante em seu trabalho e deu mostra disso ao longo das peças seguintes, onde - de forma mais explícita ou não - estavam lá as células rítmicas do baião, mas também as do samba, da bossa nova e do jazz.

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