domingo, 11 de setembro de 2011

E todos queriam mais...

Um Seminário de Olinda completamente lotado, dentro e fora da igreja, teve a oportunidade de assistir ao que foi, sem dúvida, um dos melhores momentos da Mimo 2011. Engraçado é que a atração da noite já não era nenhuma novidade na programação. Nas oito edições da Mostra, Egberto Gismonti esteve em quase todas. Mas ontem foi diferente.

Com o seu bom humor costumeiro, Egberto aproveitou a apresentação de mais de duas horas de duração para saudar velhos amigos, apresentar ao público o seu filho Alexandre e também presentear a platéia com execuções perfeitas e gentilezas mil.

O show foi iniciado por um duelo entre pai e filho. Egberto e Alexandre travaram um duelo de arrepiar com a música “Mestiço e Caboclo”. Apesar do virtuosismo, tudo parecia ser bem simples. Enquanto Egberto destruía o violão de 14 cordas com uma técnica alucinante, ainda encontrava espaço para jogar sorrisos para a platéia e brincar com Naná Vasconcellos, que acompanhava o concerto da primeira fila da igreja.

Alias, a interação entre Gismonti e Naná foi um capítulo à parte. Primeiro ele ficava sempre trocando olhares e brincadeiras durante as músicas. Depois foi a vez de tentar convencer a filha de Naná, Luz Morena, a fazer uma participação especial tocando a música Água e Luz ao piano. E essa tentativa durou bastante tempo. Ao fim de cada música, Egberto ia ao ouvido de Luz Morena e tentava de alguma forma fazê-la perder a vergonha e acompanhá-lo ao altar/palco. Depois de inúmeras tentativas frustradas, ele decidiu fazer melhor: tocou a música inteira em homenagem à sua pupila (durante a execução, não tirou os olhos da garota nem por um segundo).

Sempre elogiando o festival, o público, seus convidados e a música, Egberto parecia estar em casa. Tanto é que acabou saindo um pouco do que estava programado e contemplou seus fãs com duas participações especialíssimas além do programado (Ana de Oliveira, ao violino, foi a única participação prevista na programação). Primeiro, chamou ao palco André Mehmari. O publicou adorou o dueto ao piano, com direito a execução a quatro mãos. Quando ele anunciou a entrada de Hamilton de Holanda, o Seminário de Olinda quase veio a baixo. Certo do que estava para presenciar, o público aplaudia num misto de entusiasmo e surpresa. E não foi pra menos. O duelo entre o bandolim de Hamilton e o piano de Egberto foi, sem dúvida, o ponto alto do show. Acompanhados atentamente pela igreja lotada, fizeram a festa de todos e abriram o caminho para o encerramento do espetáculo. Ao fim, retornaram ao palco Alexandre Gismonti e Ana de Oliveira para um encerramento belíssimo. Duas horas de show e ninguém ali parecia cansado. Todos queriam mais. Quem sabe no próximo ano!

Talvez alguns detalhes do concerto tenham sido esquecidos por conta de uma súbita amnésia pós festa da Mimo que acometeu os integrantes do Blog. Mais detalhes em breve!

Nenhum comentário:

Postar um comentário