sábado, 4 de setembro de 2010

O quase lugar-comum

Existem diversas formas de demonstrar os mais variados sentimentos. O amor, talvez o mais retratado entre tantos, está quase sempre ligado à dor da despedida, ao sentimento não correspondido ou à traição. Na literatura, na pintura ou em qualquer manifestação artística – e, sobretudo, na música –, o amor passa do drama pessoal ao caráter universal e impositivo quando encarado como inevitável e comum a todos. O romantismo alemão, crítico em relação ao racionalismo excessivo do iluminismo francês, está repleto de representações do amor e utiliza-se de algumas figuras um tanto clichês para expressar tal sentimento. A rosa, a flor, o sagrado matrimônio, entre outras imagens, são recorrentes nas obras da época. Mas é exatamente aí que reside a genialidade de um artista: conseguir articular verdadeiros lugares comuns com um tema aparentemente esgotado e ainda assim criar algo capaz de resistir ao tempo a ponto de se tornar um clássico. É aí que reside a genialidade de Schumann.

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Fernando Portari, Rosana Lamosa e Louis Steuerman hoje, às 19:00, no Seminário de Olinda.

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